Um blogue na sua segunda época e agora sem objectivos materialistas e apostas por resolver. Pancadinhas no ombro, sentimentos de desilusão e mágoa e bilhetes para o próximo jogo do Sporting podem ser enviados para adeuscianeto@gmail.com

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Dia 5

Não há nada de espectacular no processo de deixar de fumar. Um diário sobre a privação, como este, vai conter inevitavelmente as mesmas histórias, as mesmas dificuldades e dramas de toda a gente que já deixou de fumar. Ainda por cima é uma aventurazinha tão contada que um gajo já sabe que vai comer mais, dormir menos, que o humor piora, que é mais difícil nos copos.

Deixar de fumar, por outro lado, é heróico, que fique claro. É de tal modo assim que eu me convenci que nunca iria conseguir passar do dia 1. A história destes cinco dias é muito rápida: no primeiro estava ressacado e foi relativamente fácil, no segundo vim trabalhar e não foi difícil, nessa noite bebi uns copos e não foi difícil, no feriado de terça tratei de me ocupar com todo o tipo de actividades parvas e também se passou bem o dia.

Só ontem, dia quatro, é que foi verdadeiramente penoso. Afinal não é só do café, refeição, bola na televisão, manhãs ou copos com os amigos que vivem os cigarros. Os pequenos merdas escondem-se em todas as articulações do quotidiano, aparecem sem aviso e corroem-me até por milagre me esquecer deles. É mais ou menos disso que planeio falar por aqui. Disso e da aposta que nos levou a este adeus ao cianeto de hidrogénio.