Um blogue na sua segunda época e agora sem objectivos materialistas e apostas por resolver. Pancadinhas no ombro, sentimentos de desilusão e mágoa e bilhetes para o próximo jogo do Sporting podem ser enviados para adeuscianeto@gmail.com

terça-feira, 13 de maio de 2008

Fumo

Os argumentos dos não fumadores na defesa da lei do tabaco são tão imbatíveis quanto desonestos. Saúde, cheiro, desconforto... Quem é que pode combater isto, com argumentos egoístas como sossego, prazer, hábito? É isto que é estranho em toda esta discussão. As pessoas fumam às portas dos restaurantes e cafés, saem rapidamente da mesa depois das refeições, interrompem-se conversas. São estes os argumentos mesquinhos que eu, até um ex-fumador, tenho para apresentar contra a lei porque, por mero caprticho romântico, prefiro cafés com algum fumo, chão com algum lixo e nem tenho náuseas se um taberneiro pegar num queijo com a mão antes de o servir. Não se ganha nada tradicional ou culturalmente em manter estas coisas, pelo contrário, mas há conjuntos que só existem com os elementos todos. O post anterior só menciona cigarros marginalmente, na fotografia. Aquela imagem é uma desculpa para o post e vice-versa. Gosto muito daquele Sinatra a acenar (ou simplesmente a cantar, não sei bem) e a composição sem o fumo não era a mesma. Nem nenhuma outra de Herman Leonard o era. O jazz sem fumo é uma outra coisa, mais nova e talvez melhor (os sopros por definição devem ficar a ganhar num ambiente sem fumo), mas sem alguma coisa que, prova-o Leonard a seguir, está lá a participar naquelas histórias.





Dexter Gordon, Ella Fitzgerald a cantar para Duke Ellington e Benny Goodman, Dizzy Gillespie e Johnny Hodges.