Um blogue na sua segunda época e agora sem objectivos materialistas e apostas por resolver. Pancadinhas no ombro, sentimentos de desilusão e mágoa e bilhetes para o próximo jogo do Sporting podem ser enviados para adeuscianeto@gmail.com

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O cigarrinho mágico II

Samsum, Turquia - Ao redor da cidade de Samsum no litoral do Mar Negro, estende-se a região que produz aquele que é considerado um dos melhores tabacos do mundo, usado em algumas das misturas mais apreciadas de tabaco para cachimbo. Este é um dos tabacos cuja produção não pode ser conseguida em nenhuma outra parte do mundo, sendo que sua folhas pequenas, delicadas e de cor clara, além de seu sabor característico somente florescem nessa região.

A Turquia é o país do cigarrinho mágico, não restam dúvidas. É possível que Portugal esteja com um distante segundo lugar em mãos, mas nada pode superar esta quantidade absurda de golos no fim dos jogos. Gente que luta assim até ao fim sensibiliza-me e por vezes até se consegue resultados, mas não é por serem pequeninos que o querer muito lhes dá mais pernas que aos outros, temos que deixar de ser místicos. Ao fim de cinco jogos a jogar desta maneira já só há vontade mas torna-se um pouco mais difícil correr, e só isso já não chega. Aliás, se calhar só sem vontade nenhuma de o fazer é que se consegue ganhar aos alemães. De outro modo eles fazem questão.

Chegou a haver um momento ontem em que tive pena dos turcos, mas a vida é assim e eu acho muito bem que estejam já a ir para casa. Eu sou um tipo pouco objectivo a ver futebol e benfiquistamente optimista (muito, portanto) e quero e sei que Portugal ganhe um destes anos um campeonato. O que não me apetece mesmo nada é ganhar um título que toda a gente já tem, o que com o Euro começa a ser difícil (até a Espanha já ganhou um). O Mundial está melhorzinho neste aspecto mas mesmo nesse torneio fiquei doente com a entrada da França no clube em 98. Conclusão disto é que é habitual ver-me torcer pela equipa mais forte. Primeiro pelo que acabo de dizer. E depois porque joga normalmente melhor.

O caso dos espanhóis contra os italianos ainda foi mais comovente, mas nem em cinco horas de jogo aquela equipa marcava um golo. Pela primeira vez na minha vida irritei-me ligeiramente com o jogo de Itália. Nunca vi uma equipa (a Itália) com tantas probabilidades de esmagar outra equipa (a Espanha) que estava a jogar no limite máximo da sua competência e não querer fazer absolutamente nada nesse sentido. Tive mais pena dos espanhóis que dos turcos (ninguém gosta de ver demonstrada a sua incapacidade).

Hoje a ver vamos. Só descobri há dois jogos que a Rússia é uma boa equipa (foi contra a Suécia) portanto não vale a pena condenar já os espanhóis. Sempre ganharam um jogo há quinze dias e só mesmo a Holanda é que se transforma em gelo quando descobre que um adversário ataca melhor que eles; deslumbramento talvez. A Espanha saberá lidar um pouco melhor com isso, mas gosto muito desta Rússia, como toda a gente.