Como passaram duas semanas e três dias achei que chegou a altura de fazer um balanço. Consegui dois feitos importantes ao deixar de fumar, ou melhor ainda, deixar de fumar trouxe duas consequências agradáveis. O ego está de saúde porque consegui ficar mais do que um dia sem fumar, algo que eu próprio achava impossível; e estou a gastar menos dinheiro: é a primeira vez em anos que consigo passar um dia sem gastar um cêntimo. Melhor ainda que poupar dinheiro - uma daquelas coisas que ainda não consegui comprovar, mas que tem que ser verdade - é isto de passar tanto tempo sem meter a mão ao bolso.
Pequenas alegrias que servem só para compensar o facto de eu não ter melhor fôlego, nem melhor cabelo ou aspecto. As grandes vantagens demoram a concretizar-se. O olfacto está melhor, é certo, mas isso serviu sobretudo para me recordar que o nauseabundo é mais intenso que um bom cheiro. A roupa não cheira a tabaco, mas em boa verdade já não cheirava desde que entrou em vigor a nova lei.
Voltei a comer como aos 15 anos. Ninguém imagina o que eu comia aos 15 anos e eu próprio já me tinha esquecido. Lembro-me de haver restaurantes cujos donos se dirigiam a mim dizendo 'ainda bem que veio, acabámos de abater um boi'. Ou dos amigos do meu pai que ficavam desiludidos se eu desistia ao sexto bife. A velocidade com que devorava mousses de chocolate que a minha mãe acabava de fazer (sempre a três taças de cada vez). Oito pães de pequeno almoço. Coisas dessas, se calhar normais em miudos, mas que estão de regresso e em força.
Ainda assim estou dividido. Não tenho dúvidas de que muito em breve ganharei cerca de trinta quilos. Mas a verdade é que eu era um homem incompleto a comer como nos últimos sete ou oito anos. A gula voltou e esta casa abre-lhe as portas em par e com pompa. Fuck diets. Viva o boi!
Pequenas alegrias que servem só para compensar o facto de eu não ter melhor fôlego, nem melhor cabelo ou aspecto. As grandes vantagens demoram a concretizar-se. O olfacto está melhor, é certo, mas isso serviu sobretudo para me recordar que o nauseabundo é mais intenso que um bom cheiro. A roupa não cheira a tabaco, mas em boa verdade já não cheirava desde que entrou em vigor a nova lei.
Voltei a comer como aos 15 anos. Ninguém imagina o que eu comia aos 15 anos e eu próprio já me tinha esquecido. Lembro-me de haver restaurantes cujos donos se dirigiam a mim dizendo 'ainda bem que veio, acabámos de abater um boi'. Ou dos amigos do meu pai que ficavam desiludidos se eu desistia ao sexto bife. A velocidade com que devorava mousses de chocolate que a minha mãe acabava de fazer (sempre a três taças de cada vez). Oito pães de pequeno almoço. Coisas dessas, se calhar normais em miudos, mas que estão de regresso e em força.
Ainda assim estou dividido. Não tenho dúvidas de que muito em breve ganharei cerca de trinta quilos. Mas a verdade é que eu era um homem incompleto a comer como nos últimos sete ou oito anos. A gula voltou e esta casa abre-lhe as portas em par e com pompa. Fuck diets. Viva o boi!