Um blogue na sua segunda época e agora sem objectivos materialistas e apostas por resolver. Pancadinhas no ombro, sentimentos de desilusão e mágoa e bilhetes para o próximo jogo do Sporting podem ser enviados para adeuscianeto@gmail.com

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Scentless

Conheço um gajo que deixou de fumar e ao fim de uma semana andava maravilhado com o que ele dizia ser "o mundo que eu me tinha esquecido que existia há muitos anos". Referia-se ao cheiro. O rapaz andava tão contente que até as flores cheirava, coisa que lhe valeu várias piadas homofóbicas. Confesso que tive esperança de que acontecesse qualquer coisa de parecido comigo - e não estou a falar de ser alvo de piadas homofóbicas, entendamo-nos. Na verdade, embora eu nunca tive um olfacto por aí além - não fui eu que pedi para ter bronquite asmática na infância - mas há para aí uma década que só tenho o suficiente para escapar a uma fuga de gás de botija ou para evitar certa gente que entra no metro. Treze dias depois, devo dizer que estou razoavelmente na mesma. Devo ter arruinado até ao limite a minha capacidade de cheirar como o vulgar ser humano. E quando ao fôlego, meus caros, também não passei de repente a ser um Carlos Lopes em potência. Aliás, digo-vos já que morar num terceiro andar sem elevador faz bem mais pela manutenção da minha caixa torácica (ou toráxica? com esta é que me lixei) do que a privação desses deliciosos rolinhos do João Jogador Especial. Ainda não perdi a esperança. Mas estou desiludido.