Um blogue na sua segunda época e agora sem objectivos materialistas e apostas por resolver. Pancadinhas no ombro, sentimentos de desilusão e mágoa e bilhetes para o próximo jogo do Sporting podem ser enviados para adeuscianeto@gmail.com

terça-feira, 10 de junho de 2008

fim?

Uma destas noites mais longas de sábado cedi a fumar um cigarro, um Marlboro vermelho, na companhia de amigos e enquanto conversava com eles entre imperiais numa esplanada. Se excluir quem me deu o cigarro (uma boa pessoa, gostava que acreditassem), apenas uma outra reparou que quatro meses depois eu voltava a fumar e mesmo assim já estava quase no filtro. Os restantes continuaram descontraídos como quem não repara num corte de cabelo. Perdi a aposta, claro, cujo objecto eram apenas cigarros, mas se juntarmos a este a cigarrilha de há uns tempos e o prometido charuto num casamento deste sábado que passou, o sucesso do adeus ao cianeto parece comprometido. Foram só quatro meses, que são uma gota de água em doze anos de tabaco. O sabor do cigarro, esse, foi realmente diferente de tudo o que me lembrava, e não foi mau. Foi um sossego finalmente atingido e ao mesmo tempo um sabor muito ansioso, demasiado adolescente até. Estar um cigarro inteiro a pensar na asneira de estar a fumá-lo é um péssimo cigarro. Por outro lado, ainda que não me tenha apetecido fumar na manhã seguinte, apeteceu-me bastante na noite seguinte e na outra (não fumei). E poucos dias depois estava agarrado a um charuto. Estou outra vez na condição de ex-fumador, mas agora sei que é muito mais fácil do que eu pensava voltar a fumar como dantes. Aproveitando o momento futebolístico que finalmente chegou, posso dizer que sou um desistente mais humilde. Continuo a achar que é fácil deixar de fumar e fácil não o fazer nunca mais. Mas também é demasiado fácil voltar a fumar. Um mundo de facilidades, portanto. É só escolhê-la.