Um blogue na sua segunda época e agora sem objectivos materialistas e apostas por resolver. Pancadinhas no ombro, sentimentos de desilusão e mágoa e bilhetes para o próximo jogo do Sporting podem ser enviados para adeuscianeto@gmail.com
segunda-feira, 31 de março de 2008
What the fuck are you saying?
Há muita coisa de francamente irritante nestes tipos que deixam de fumar e têm o desplante de afirmar a plenos (e pelos vistos limpos) pulmões que isto não lhes custou nem um bocadinho. Já passei, há muito graças a deus - se é que quase dois meses pode ser considerado há muito para alguém – a fase dos suores frios e do total descontrolo mental, hormonal, neurótico até. Também consigo passar tranquilamente noites inteiras com os muitos amigos fumadores que o destino me fez calhar em rifa. Bebo cerveja e não penso imediatamente em tabaco. Mas nem por isso me atrevo a dizer que isto é uma coisa simples, porque há bocado fui ali à varanda e dei por mim a invejar de morte um tipo que estava descansadamente a fumar o seu cigarrinho de meio da tarde. Espero que o tipo não tenha reparado, mas tenho noção de que fiquei para aí uns 30 segundos a olhar fixamente para a mão do gajo, para a boca do gajo, e notem que eu até tenho fama de homofóbico. Irrita-me por isso esta pose very cool/no worries que o meu amigo traz para aqui. Deixar de fumar não é coisa que faça de ti um herói, aliás faz de ti um belo parvinho. Mas não é como deixar de comer carne de porco ou outras parvoíces avulsas que se fazem sem qualquer punição. Deus criou o tabaco para castigar o indivíduo e poucas coisas lhe saíram tão bem. O castigo diário do fumador é a progressiva ruína do físico. O do ex-fumador é falta do prazer que dá arruinar o tal físico. Felizes sejam os que não acham nada disto. Deviam ser espancados em público, os sacanas.