Há dois tipos de fumadores que deviam ser proibidos de existir: os de ocasião e os que alternam longos períodos de abstinência com igualmente longos períodos de tabagismo, alternando ente uns e outros com irritantíssima facilidade. Esta gente não tem respeito pelo sacrifício alheio. São uns exibicionistas puros, convencidos de que conseguem o melhor de dois mundos - o prazer da nicotina e a limpeza da caixa torácica. E o pior é que há quem o consiga.
Infelizmente, conto entre os meus amigos com exemplares de ambas as espécies. Um deles pratica há cerca de dois anos a obscena rotina de começar a fumar à sexta-feira à noite, interrompendo o vício até à noite de sábado seguinte. De domingo a quinta-feira não toca em tabaco, apesar de ser capaz de fumar um maço numa noite, se a cerveja a isso obrigar. A meu único consolo é que o rapaz fuma Português Azul – uma dessas marcas a que antes chamavam “lights” e que eu nunca percebi porque é que as pessoas fumam, podendo elas comprar tabaco verdadeiro pelo mesmo preço.
Outro cafageste com quem privo amiúde acaba de voltar a fumar, após um período de seis ou sete meses sem meter um rolinho de nicotina nos beiços. Justifica o facto de ter deixado de fumar com um inacreditável “os cigarros já não me sabiam bem”, como se os dias de um fumador alguma vez se contassem só pelos bons cigarros. Agora diz que lhe “voltou a apetecer fumar”. Já não é a primeira vez que o artista faz este número de circo, o que é deveras arreliante.
Devia ser implementado um código de conduta para estas merdas. A preto e branco. O u fumas ou não fumas. Salta pocinhas é coisa que me arrelia solenemente.
Um blogue na sua segunda época e agora sem objectivos materialistas e apostas por resolver. Pancadinhas no ombro, sentimentos de desilusão e mágoa e bilhetes para o próximo jogo do Sporting podem ser enviados para adeuscianeto@gmail.com