Talvez seja um pouco injusto chamar chatos aos não-fumadores. São-no!, não vamos iludir-nos, e são sobretudo uns caretas que resistiram à pressão social dos anos mais verdes, numa altura em que ainda nem havia anúncios idiotas de putos fixes que não fumam. Mas se reflectir uns segundos reconheço que os não fumadores não são a espécie mais odiosa do mundo do cigarro. O pior e mais nojento grupo desta dinâmica toda é o que me inclui neste momento: o grupo dos cobardolas.
Olho para os fumadores que me rodeiam e entristece-me sabê-los agora minoritários ao mesmo tempo que admiro invejoso a coragem que ainda os move ou o pequeno orgulho desprendido de quem puxa mais um cigarrinho. Posso mencionar a medo, e enterrado até ao pescoço em vergonha, o inacreditável momento político (sim, político) que escolhemos para deixar de fumar, mas nem será necessário chegar tão longe, ou melhor, tão fundo.
A verdade é que estive lá, fumei com eles e agora abandono-os a troco de umas pequenas promessas de melhor fôlego ou melhor hálito (com o que ando a comer hei-de ter muita sorte com esta), um pontinho estatístico nas probabilidades de boa saúde para daqui a quarenta anos ou - o pior de todos - por mais alguns dinheiros no bolso, que nem a trinta devem chegar.
Tenho sido bem tratado pelos meus ex-camaradas o que ainda me corrói mais e recebido, já aqui o disse, de braços abertos pelos outros chatos. De braços abertos mas nunca como um deles, esses pulmões imaculados. Não sou mais que um cristão-novo que fez das chicletes alheiras.
Este blogue está com os fumadores e lamenta terrivelmente não fumar!
Olho para os fumadores que me rodeiam e entristece-me sabê-los agora minoritários ao mesmo tempo que admiro invejoso a coragem que ainda os move ou o pequeno orgulho desprendido de quem puxa mais um cigarrinho. Posso mencionar a medo, e enterrado até ao pescoço em vergonha, o inacreditável momento político (sim, político) que escolhemos para deixar de fumar, mas nem será necessário chegar tão longe, ou melhor, tão fundo.
A verdade é que estive lá, fumei com eles e agora abandono-os a troco de umas pequenas promessas de melhor fôlego ou melhor hálito (com o que ando a comer hei-de ter muita sorte com esta), um pontinho estatístico nas probabilidades de boa saúde para daqui a quarenta anos ou - o pior de todos - por mais alguns dinheiros no bolso, que nem a trinta devem chegar.
Tenho sido bem tratado pelos meus ex-camaradas o que ainda me corrói mais e recebido, já aqui o disse, de braços abertos pelos outros chatos. De braços abertos mas nunca como um deles, esses pulmões imaculados. Não sou mais que um cristão-novo que fez das chicletes alheiras.
Este blogue está com os fumadores e lamenta terrivelmente não fumar!